sexta-feira, 6 de junho de 2008

Rock in Rio

Só fui ao Rock in Rio no dia 1 de Junho, dia onde actuaram as Docemania, JustGirls e 4Taste, Xutos & Pontapés, Tokio Hotel, Joss Stone e Rod Stewart. Como podem imaginar, tentei evitar os concertos das "morangadas" entrando no recinto do festival quase às 18h. Mesmo assim ainda tive que ouvir (embora ao longe) alguns "hits" destas bandas de telenovela, o que não foi nada simpático para os meus ouvidos nem para o meu cérebro.

Passeámos um pouco pelo espaço, enquanto não chegava a vez dos Xutos. Finalmente os 4Taste abandonaram o Palco Mundo e os veteranos vieram tocar. Um concerto exemplar, como os Xutos nos habituaram mas, a meio do concerto, antes de cantarem "Fim do Mês", dedicam essa canção aos que trouxeram os filhos ao Rock in Rio para irem ver os Tokio Hotel. Mal o Tim pronuncia as palavras "Tokio Hotel", uma multidão de criancinhas frenéticas começa a guinchar como quem diz "Sim, sim, Xutos é muito giro, mas tirem os cotas do palco para eu ver finalmente o meu Bill!".

Okay, percebo o facto de porem os Tokio Hotel mais perto do cabeça de cartaz do que os Xutos (apesar de discordar desse facto): afinal os alemães, apesar de terem 18 anos, são bem mais conhecidos a nível mundial. Mas é o fenómeno que ao mesmo tempo me fascina e me faz impressão. Miúdas com não mais de 13 anos com cartazes na mão onde se lia "Bill, leva-me para o teu quarto.". Era ver toda uma multidão de pré-adolescentes a arrancarem cabelos e a chorar enquanto um rapaz andrógino contava com voz de quem ainda não entrou na puberdade. O cenário fez-me lembrar algumas fotografias que vi da época de auge dos Beatles. Com a diferença de que os Beatles eram, na minha opinião, bem melhores. Mas ao menos os Beatles eram adultos e quase de certeza que não havia crianças a mandarem-lhes peças de roupa interior.

Bem, passando à frente daquilo que é claramente uma falha na educação de vários jovens, para temas mais alegres. Seguiu-se então o concerto da Joss Stone (o meu favorito, se calhar por motivos de opinião pessoal). Como seria de esperar (mas que apesar disso me espantou e chocou um pouco), a plateia esvaziou bastante depois dos Tokio Hotel: tal como eu aproveitei o concerto destes para ir jantar, também os fãs dos alemães o fizeram mas com os concertos a seguir. A média das idades dos espectadores desse concerto subiu consideravelmente, e subiu ainda mais na transição entre Joss Stone e Rod Stewart, por motivos bastante óbvios. Devo dizer que o concerto do cabeça de cartaz foi excelente, energético e poderoso, e foi associado a ele que veio o momento alto da minha noite. Antes do espectáculo começar, vi uma rapariguinha com cerca de 11 anos a dizer ao pai que não queria ver o Rod Stewart, que era uma seca. O pai obrigou a filha a ficar e foi com muito gosto que a vi, no fim do concerto, completamente siderada e maravilhada pela magia que foi aquele espectáculo. Penso que é seguro dizer que nem tudo está perdido.

Peace out!
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