sábado, 7 de junho de 2008

O homem moderno/O homem perfeito

Hoje decidi escrever sobre uma coisa sobre a qual tenho tendência a pensar nos últimos tempos: qual é a verdadeira definição do homem moderno (e quando digo homem é mesmo ser humano do sexo masculino; é com esses que eu perco o meu tempo a pensar).

Para mim, há dois protótipos daquilo que representa o homem do início do século XXI. Obviamente há mais, mas vou-me focar no tipo de homens que poderia haver mais sem problema absolutamente nenhum.


Primeiro, o homem artístico e cultural. É tudo menos machista e racista e é contra tudo o que seja preconceito. Mas o que verdadeiramente caracteriza é o espírito aberto e criativo. Um exemplo deste tipo de homem é Zach Condon, vocalista e leading-man dos Beirut. Nasceu no Novo México, nos EUA e, ao contrário de qualquer mono que poderíamos esperar vindo desse grande país, desde cedo se interessou por outras culturas para além da sua. Isto levou-o a que saísse da escola aos 16 anos e decidisse empreender uma viagem pela Europa, onde conheceu novos tipos de música e de cultura. Autoeducou-se a cantar, tocar trompete, ukelele, guitarra e acordeão e tornou-se por mérito próprio numa verdadeira one-man band. Hoje em dia, com 21 anos, é conhecido mundialmente, embora (e felizmente) fora dos círculos mais mainstream.


Em segundo lugar, há o homem activo. Preocupa-se com tudo à sua volta, seja economia, política, cultura, ambiente, pobreza; you name it and the man likes it. Por isso, educa-se de modo a poder envolver-se em tudo no que se interessa. Ao contrário do primeiro homem, não é tão artístico ou criativo, mas aprecia grandemente as pessoas que o são. Um exemplo do homem activo é José Soeiro, o deputado mais jovem da Assembleia da República. Não sei ao certo a sua idade, mas sei que completou recentemente o curso de Sociologia na Universidade do Porto (cá está a educação virada para a sociedade). Participa em tudo o que é comício, debate, entrevista, escreve, fala, o homem faz tudo.


Agora que releio o que escrevi até agora, apercebo-me que provavelmente descrevi duas vezes o mesmo homem. A verdade é que ambos são multi-culturais, nada fraco no que toca aos sentimentos (basta ouvir uma ou duas músicas de Beirut para percebermos que há um homem sensível por detrás daquilo tudo), nada andróginos (ao contrário do nosso querido Bill), activos na sociedade, igualitários para com tudo e todos... Ah!, se todos os homens fossem assim, penso eu para comigo mesma no mesmo estado de espírito idealista que me assolou enquanto escrevia o meu primeiro post.


Mas não são. São muitas as vezes que ouço os rapazes da minha turma, e não só, a mandar as raparigas para a cozinha, e não me importaria com a brincadeira se não soubesse que, na verdade, cerca de metade deles não está a brincar. Mas bem, nem todos os homens podem ser "perfeitos", e até que conheça algum que se aproxime do tal protótipo, vou continuar a matutar no Zach Condon e no José Soeiro.


PS - Se houver inputs sobre a mulher moderna/perfeita, não hesitem em partilhar!


Peace out!
blog comments powered by Disqus